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domingo, 22 de maio de 2016

NOSSA VIDA É O ESPELHO QUE REFLETE DEUS



A Rainha de Sabá Visita Salomão







O que a Rainha de Sabá constatou ?

" A rainha de Sabá soube da fama de Salomão e foi a Jerusalém para pô-lo à prova com perguntas difíceis."

A nossa fama está estampada no Reino dos Céus e surgem situações que provam a firmeza dos nossos propósitos perante a vida nos nossos projetos, planos e nos nossos relacionamentos interpessoais.

"Quando chegou, acompanhada de uma enorme caravana, com camelos carregados de especiarias, grande quantidade de ouro e pedras preciosas, foi até Salomão e lhe fez todas as perguntas que tinha em mente.

Surgiram questionamentos e a Rainha de Sabá buscou as respostas, onde quer que estivessem, ela os encontraria. Fossem rápidas e fáceis ou mesmo estando longe e não sendo tão compreensíveis assim desde o início.

"2 Salomão respondeu a todas; nenhuma lhe foi tão difícil que não pudesse responder."

Pertencemos ao Reino dos Céus e da mesma forma que Salomão, Deus nos dá sabedoria para encaminharmos todas as questões. Esta atitude clareia o intelecto e reduz a ansiedade ao nosso redor. Colocamos em pauta acessível os ensinamentos recebidos dos Céus e que nos fazem crescer em todas as áreas.

"3 Vendo a sabedoria de Salomão, bem como o palácio que ele havia construído, o que era servido em sua mesa, o lugar de seus oficiais, os criados e os copeiros, todos uniformizados, e os holocaustos que ele fazia no[a]templo do Senhor, ela ficou impressionada."

As evidências objetivas ao nosso redor comprovam a aplicação perfeita da sabedoria que Deus nos concede e isto fica transparente para as pessoas.
Somos o candeeiro divino e a nossa luz brilha para iluminar os caminhos ao nosso redor também.
A luz do nosso sucesso brilha e as pessoas constatam este fato nas nossas conquistas.  Percebem que não é difícil, mas exige visão e dedicação espiritual integral com Deus.


"Disse ela então ao rei: “Tudo o que ouvi em meu país acerca de tuas realizações e de tua sabedoria era verdade. Mas eu não acreditava no que diziam, até ver com os meus próprios olhos. Na realidade, não me contaram nem a metade da grandeza de tua sabedoria; tu ultrapassas em muito o que ouvi."

As pessoas constatam quando entram em contato conosco esta realidade que nem sequer podiam imaginar que poderia ser possível neste mundo.
Elas vêem na prática a ação de Deus conosco, em nossas conquistas e ao nosso redor.


"7 Como devem ser felizes os homens da tua corte, que continuamente estão diante de ti e ouvem a tua sabedoria!"
Elas percebem os efeitos que a sabedoria divina realiza a todos os que a obedecem e a felicidade que ela trás a todos os envolvidos.
Emanamos felicidade.


 "Bendito seja o Senhor, o teu Deus, que se agradou de ti e te colocou no trono dele para reinar pelo Senhor, pelo teu Deus. Por causa do amor de teu Deus para com Israel e do seu desejo de preservá-lo para sempre, ele te fez rei, para manter a justiça e a retidão”.

Salomão foi percebido pela Rainha de Sabá como discípulo divino e constatou os efeitos desencadeados pelos amor e obediência sinceros a Deus, bem como a manutenção de um reinado de justiça e retidão.
Mesmo para as pessoas mais incrédulas é inegável a resposta de Deus !

"9 E ela deu ao rei quatro mil e duzentos quilos[b] de ouro e grande quantidade de especiarias e de pedras preciosas. Nunca se viram tantas e tais especiarias como as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão."

Deus é abundância inimaginável e tem efeito multiplicador.
Ao reconhecerem o poder de Deus em ação, que antes elas não conheciam, somos abençoados inesperadamente por elas também, pois este é o nosso modo de viver e recebemos reconhecimento em todas as situações que nos empenhamos, pois somos devidamente orientados por Deus. Esta atitude nos dá força e destaque nas situações onde colocamos as nossas mãos.

Em resumo: é evidente que somos sucesso divino em tudo aquilo que nos dedicamos e que nos empenhamos com conhecimento e sabedoria que pedimos e que vem de Deus para todos nós.

Em Nome de Jesus.

Mônica Gazzarrini

"Jesus Cristo é o Senhor"


2 Crônicas 9Nova Versão Internacional (NVI-PT)

A OBRA REDENTORA DA HUMANIDADE




Seja Um Embaixador Do Reino Dos Céus





Não são poucos os que sonham em participar de missões 

evangelísticas ao redor do mundo, mas de nada adianta 

evangelizar somente as pessoas longe do nosso convívio.



E quanto às pessoas que nos são próximas no dia-a-dia, 


temos falado da obra redentora de Jesus para elas?



E as pessoas da sua família que ainda não conhecem a 


Jesus? 

A palavra de Deus é bastante clara em 1 Timoteo 5:8 

quanto ao cuidado que devemos ter para com os nossos. 

"Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos

 da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo.



Existem muitas pessoas ao nosso redor que ainda não conhecem a Jesus e elas esperam de nós, filhos de Deus, lavados e remidos no sangue precioso de Cristo, as respostas que precisam para suas vidas e dilemas cotidianos.



"Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus." Romanos 8:19




Para falar do Reino de Deus você não precisa ser um especialista, nem um catedrático no assunto, tampouco precisa estar atrás do púlpito para tal.



Não sabe como proceder? Peça a direção de Deus para fazer de acordo com o que é necessário para cada uma das pessoas do seu convívio e a receberá.



Logicamente que para cada um há uma forma especial de tocar-lhes. 

Alguns são bastante renitentes, mas você não deve se preocupar com isso, pois o Espírito de Deus é quem faz a obra quando você fala a palavra contida nas Escritura para eles. Não desista, mesmo que pareça não estar resultando em nada, mas também não seja inconveniente.

Há casos em que você terá de lançar mão de várias passagens para esclarecer um determinado ponto e verá que este processo é muito enriquecedor para você também.

Cuidado para não ser maçante ou cansativo. Deixe o Espírito Santo lhe conduzir nessa importante tarefa.

Você tem vergonha? Fica preocupado com o que os outros vão pensar? Arrependa-se e mude, pois esta atitude o está condenando a ficar fora da glória de Deus. "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos." Marcos 8:38

A passagem descrita em 2 Crônicas 9:1 a 7 ilustra bem como é a aproximação das pessoas que ainda não conhecem a Deus: o rei Salomão recebe a visita da rainha de Sabá que havia ouvido falar da sua fama e foi lá pessoalmente para conferir se procedia tudo o que ouvira a cerca dele. 
"E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, veio a Jerusalém, para prová-lo com questões difíceis, ... e foi a Salomão, e falou com ele tudo o que tinha em seu coração. E Salomão lhe respondeu a todas as suas questões; e não houve nada que não lhe pudesse esclarecer"



Tire todas as dúvidas que as pessoas que não conhecem a Jesus lhe trazem. Você vai perceber que esta atitude também fortalecerá a você mesmo!



Estas pessoas vem a nós para serem ensinadas na Verdade. Muitas nem sequer sabem o impacto da morte de Jesus na cruz do Calvário em suas vidas cotidianas e na vida eterna. 

Muitas vezes são questões difíceis, mas Deus nos dá sabedoria, paciência e amor para cumprir este propósito de esclarecimento e abertura de entendimento. 



Negar-se a esclarecer completamente uma dúvida é o mesmo que bloquear o caminho de uma pessoa rumo a Cristo.



As pessoas chegam a nós e não se contentam apenas com o que lhes falamos, elas também observam os detalhes, as nossas atitudes, a forma pela qual nos conduzimos com os demais, o nosso jeito, bem como tudo aquilo de prático e objetivo que o Senhor Jesus já realizou na nossa vida, através dos nossos testemunhos.



Nossa vida e atitudes devem honrar ao Senhor, pois elas falam mais do que mil palavras. Todas as dúvidas são sanadas com obras.



"Vendo, pois, a rainha de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara; e as iguarias da sua mesa, o assentar dos seus servos, o estar dos seus criados, e as vestes deles; e os seus copeiros e as vestes deles; e a sua subida pela qual ele chegava a casa do Senhor, ela ficou como fora de si."



Crer simplesmente no que falamos pode ser muito difícil, por isso as obras explicam todas as dúvidas. As pessoas percebem que do mesmo jeito que Jesus opera em nossa vida, também pode ser na vida delas.



Os familiares e amigos próximos são os que mais observam. Ficam de olho na forma como reagimos perante os assuntos cotidianos, frente às doenças, olham também o nosso procedimento e as bênçãos que vamos recebendo do Senhor.

"...não cria naquelas palavras, até que vim, e meus olhos o viram, e eis que não me disseram a metade da grandeza da tua sabedoria; sobrepujaste a fama que ouvi."

As situações ao nosso redor que nos incomodam também são uma excelente oportunidade de falar do amor de Jesus. Da próxima vez em que isto acontecer com você saiba que é um toque de Deus para que você cumpra o seu papel de porta voz do Senhor.

Pare de dizer que não tem tempo, que você já ajuda economicamente a obra de Deus para que outros o façam, pois nós, onde quer que estejamos podemos e devemos falar com sabedoria sobre Jesus às pessoas.



Ser porta vozes do Reino de Deus é uma atribuição que o Senhor Jesus nos deixou, ela não é exclusiva dos pastores, evangelistas, obreiros e demais participantes da obra de Deus, ela é para cada um daqueles que nEle crêem.



Deus nos chamou e nos levou a Cristo para que possamos ser os seus representantes.

São os meus votos.

Em Nome de Jesus.





Monica Gazzarrini


"Jesus Cristo é o Senhor"

sexta-feira, 20 de maio de 2016

CONFIRA: TRADUÇÃO SURPREENDENTE !



APARELHO TRADUZ 
QUALQUER IDIOMA 
EM TEMPO REAL


Reprodução



Aparelho de ouvido promete traduzir qualquer língua em tempo real



Um aparelho eletrônico que parece um ponto no ouvido promete revolucionar para sempre todas as relações entre falantes de diferentes idiomas. Segundo os criadores do “The Pilot”, o produto traduz as conversas em tempo real.
Diga adeus àquelas situações nas quais você fica perdido em um país desconhecido e não faz ideia nem de como perguntar onde é o banheiro na língua local. Pois esse aparelho auricular entende o que está sendo comunicado e, em seguida, te diz o que a pessoa quis dizer.  
Ver as imagens
Até o momento, há somente as opções de idiomas inglês, italiano, espanhol e francês. O “The Pilot” sairá à venda a partir do mês de setembro, no valor de 129 dólares (cerca de R$ 450). Sua função revolucionária está inclusive rendendo comparações com o Peixe Babel, da série O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams.
Há também a possibilidade de sincronizá-lo com um aplicativo de celular, que contém um programa de tradução.  
Ver as imagens
No vídeo divulgado pela companhia, é possível ver o fundador da empresa, Andrew Ochoa, conversando com uma garota francesa (até porque, segundo ele, ela foi o verdadeiro motivo de tudo isso). 
“É o sonho virando realidade, entende?”, comemora Ochoa. “Uma vida independente, livre das barreiras de linguagem. Só que esse sonho não é mais fantasia, agora ele é real.”
Assista abaixo à demonstração do “The Pilot”:
Fotos: Divulgação




FONTE:


Yahoo Notícias

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O QUE É SER NORMAL ?




Afinal, o que é ser 'normal'?


ABNORMAL PEOPLE



Lembra quando era normal nós, 
seres humanos, 
viajarmos na maionese durante a aula, 
ficarmos inquietos, 
desligarmos do mundo, 
fecharmos a cara e 
rirmos menos de um minuto depois?



Afundarmos na fossa, entrarmos em crise existencial, comermos loucamente, termos dor de cotovelo, sofrermos as dores de existir, nos angustiar, explodirmos de raiva e chorar até dormir?
Sofrer, errar, mudar de ideia e ficar vulnerável sem que isso tudo fosse encarado como um transtorno mental ou como uma anormalidade no nosso bem-estar? Quando o bem-estar necessariamente incluía a existência do mal-estar?
Bons tempos, esses. “Transtorno de pânico, TOC, bipolaridade, transtornos alimentares, autismo, déficit de atenção… nos últimos anos e de maneira crescente, estes e inúmeros outros termos da linguagem técnica da psiquiatria passaram a fazer parte das falas cotidianas das pessoas em geral”, afirma programação do Café Filosófico destinada a discutir transtornos mentais.
“O diagnóstico psiquiátrico virou a nossa maneira contemporânea de subjetivar as nossas vivências emocionais. Cada vez mais a gente tem a tendência de conceber os nossos sofrimentos, as nossas paixões, as nossas dificuldades em termos médicos e de organizar a nossa mentalidade sobre essas questões a partir de uma perspectiva médica”, constata o psiquiatra e psicanalista Mario Eduardo Costa Pereira durante a palestra O que é transtorno mental?, no Café Filosófico.
É como se as dores da vida, tão conectadas às nossas emoções e sentimentos, fossem avaliadas como “normal” ou “anormal” pela ciência. Como se a depressão de uma pessoa fosse apenas uma questão de genes e neurotransmissores, e não tivesse qualquer relação com a história dela, com seus conflitos e com a cultura em que ela vive.
Almejar uma vida dentro da normalidade - e completamente destituída da loucura que nos é essencial - parece ser o anseio de uma sociedade bastante inclinada a tomar pílulas que façam desaparecer as dificuldades da vida.
“A busca desenfreada por medicamentos contra transtornos mentais tem como pano de fundo a procura por uma normalidade pouco questionada. Afinal, o que é ser normal hoje em dia? Quem define a ordem à qual devemos nos adaptar? Não seria essa busca cega pela adaptação à ordem justamente a razão, e não a solução, de tanto sofrimento? A quem interessa a normalização nos dias atuais?”, questiona o texto que traz a programação da palestra.

Pensando em conceito, essa tal normalidade de que tanto falamos não é uma só: Ela possui diversas definições, criadas a partir de visões filosóficas, ideológicas e pragmáticas, afirma o filósofo e médico francês Georges Canguilhem no livro “O Normal e o Patológico”.
Uma dessas noções é a ausência de doença, pela qual a ausência de sintomas, sinais ou doenças é sinônimo de saúde.
Outra noção existente coloca a normalidade como bem-estar. A partir de 1946, A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença.
Nosso mal-estar cotidiano, portanto, poderia ser encarado como anormalidade. E no lugar de comportamentos e sentimentos, transtornos. Somos doentes ou estamos simplesmente vivendo as dores da existência?
Como lembra Pereira, transtorno mental é a tradução de mental disorder, o que supõe que falta uma order (ordem) para se deixar a anormalidade.
Estatísticas dizem que a falta de normalidade anda nos rondando bastante: um em cada 5 americanos adultos possui algum transtorno mental diagnosticável, segundo o Instituto de Saúde Mental dos EUA.
Entre crianças e adolescentes de 13 a 18 anos, estima-se que 20% delas possuam ou tenham tido algum transtorno mental sério.
Porém, é fundamental que esses números sejam lidos tendo em vista que cada vez mais comportamentos humanos têm sido categorizados como transtorno mental ou patologias. “Precisamos voltar a nos espantar com estatísticas tão maciças dos transtornos mentais”, recomenda Pereira em sua palestra.
Para se ter uma ideia, o Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM), documento que define e descreve os transtornos mentais e orienta o trabalho dos psiquiatras, praticamente triplicou a quantidade de diagnósticos existentes desde sua primeira edição, em 1962.
Na época, o manual apontava 106 diagnósticos. Na segunda edição, de 1968, o número subiu para 182. O terceiro volume trazia 265 transtornos. A revisão dele, de 1987, fez com que o catálogo subisse para 292.
A quarta edição, de 1994, categorizava 297 diagnósticos. A quinta edição, lançada em 2013, trouxe mais de 300 categorias. E com um detalhe: mais de 70% dos profissionais envolvidos na mais recente edição tinham algum vínculo com a indústria farmacêutica.
A julgar por esse aumento no número de diagnósticos, estamos ficando mais doentes e anormais. Será?
Sabemos que a experiência de se perder alguém que se ama é de grande sofrimento. Mas pelo DSM-5, se a tristeza do luto durar mais de duas semanas, passa a ser considerada um sintoma da depressão. Faz sentido usarmos uma régua universal e diagnóstica para se mensurar e delimitar os efeitos de uma perda tão significativa e singular para cada um de nós?
“É absurdo. Criamos um sistema de diagnóstico que transforma problemas cotidianos e normais da vida em transtornos mentais”, afirma ao El País o psiquiatra americano Allen Frances. Ele dirigiu a equipe que redigiu o DSM IV e é autor do livro Saving Normal (inédito no Brasil), no qual faz uma autocrítica e questiona a influência do manual na crescente medicalização da vida.
“Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos, pais e pacientes acreditarem que o transtorno psiquiátrico é algo muito comum e de fácil solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que causa muito dano, especialmente na psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de síndromes e patologias no DSM V vai transformar a atual inflação diagnóstica em hiperinflação.”
As crianças têm sido alvo frequente do hábito de se diagnosticar a vida. Mais grave ainda é perceber que muitos dos diagnósticos, como o de transtorno de déficit de atenção, passam a definir a criança. “’Doutor, meu filho é TDAH’, diz uma mãe no consultório. Ela não diz que o filho tem diagnóstico TDAH”, observa Pereira.
Uma vez diagnosticada, a criança é tratada com Ritalina. Mais e mais diagnósticos semelhantes aparecem. Porém, permanece a dúvida: a infância que tivemos, antes de se criar o diagnóstico, foi repleta de bagunças, travessuras, inquietação e foco disperso, ou deixamos de reconhecer e tratar um transtorno mental?
“Temos de aceitar que há diferenças entre as crianças e que nem todas cabem em um molde de normalidade que tornamos cada vez mais estreito. É muito importante que os pais protejam seus filhos, mas do excesso de medicação”, enfatiza Frances.
Pereira destaca que a vida dessa criança deve ser observada, bem como as questões que estão em jogo na escola e na família.
“Uma criança que não se adapta à escola pode se beneficiar muito de um tratamento medicamentoso, desde que a gente não a resuma a uma alteração neurobiológica.”
Ou seja: o “filho que é TDAH” tem nome, sobrenome, sonhos, conflitos com a família, tretas na escola, desejos a serem realizados e dificuldades na vida. Ele é um sujeito, e não um diagnóstico. E muito possivelmente sua dispersão e hiperatividade, em vez de um desequilíbrio químico, são sua maneira de se colocar no mundo – ou de expressar uma questão que o esteja incomodando.
Discurso de normalidade
Não é só na infância que o discurso da normalidade é opressor. Ele oprime também nas amizades e no mercado de trabalho. Quantas vezes nos deparamos com uma pressão para que sempre tenhamos estrutura em nossos relacionamentos pessoais, e possamos ser funcionais no mercado de trabalho?
Qual o prejuízo causado por um funcionário improdutivo por uma questão emocional? Não à toa, todos os dias aparecem alguma receita ou passo a passo para sermos sujeitos perfeitos e preparados para qualquer desafio. Essa “normalidade” é benéfica para quem? Para nós mesmos ou para um mundo que nos chama de loucos?
“Ninguém suporta pessoas que dão respostas inadequadas para as solicitações da vida. Queremos elas o mais longe possível. As aprisionamos em lugares distantes (hospícios) e sonhamos com a ideia de que talvez elas tenham um defeito qualquer (uma impureza qualquer) que possa ser tratado por uma tecnologia rápida e eficaz: elétrica (choque) ou química (remédios) que higienize o paciente e o traga de volta ao nosso mundo normal. Enquanto essa tecnologia eficaz não chega, o louco fica esquecido em insanos asilos até perder a sua humanidade”, critica o cineasta Roberto Berliner, que lançou neste ano um filme sobre a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999).
nise da silveira
A psiquiatra alagoana Nise da Silveira
Nise revolucionou o tratamento da loucura no Brasil ao humanizar a relação e os cuidados com seus pacientes – ela os chamava de clientes. Depois de questionar as práticas do Hospital Pedro II, antigo Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro, e de confrontar seus próprios colegas, a psiquiatra melhorou a qualidade de vida dos clientes e estimulou a arte como canal de expressão para pessoas cuja voz a sociedade da sanidade não suporta.
A psiquiatra permanece como referência atual e urgente para a luta antimanicomial que se trava no Brasil, uma vez que demonstrou os efeitos significativos da terapia ocupacional e apontou possibilidades de se reabilitar os “loucos” fora de instituições, em oposição ao conveniente aprisionamento e isolamento deles. Em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, a primeira instituição de acolhimento a desenvolver um projeto de desinstitucionalização dos manicômios no Brasil.
Transtorno mental desconectado da sociedade
Na medida em que comportamentos humanos são categorizados como transtornos mentais derivados de um desequilíbrio químico, o indivíduo passa a não ter relação com a própria condição de saúde. Receber um diagnóstico acaba sendo tranquilizador: o sujeito passa a ser vítima de algo sobre o qual não tem controle, e a sociedade é isentada de qualquer responsabilidade.
“A imensa proliferação atual de ‘transtornos mentais’ como a insônia, o alcoolismo, a drogadicção, a ansiedade, os transtornos alimentares, a falta de atenção e mesmo a depressão não deveria por si só interrogar de maneira radical tanto a sociedade atual, tanto quanto os sujeitos que dela participam?”, questiona a programação do Café Filosófico.

A doutora em ciências sociais e mestre em antropologia social Érica Renata de Souza, em artigo publicado na Revista Mente & Cérebro, sustenta que não há como pensar a loucura das pessoas sem a sociedade em que elas vivem.
“A sociedade que produz e é produzida por regras e indivíduos que devem se conformar a elas é a mesma sociedade que cria e é criada pelos indivíduos que as transgridem. Essas pessoas - bem como as consequências de suas atitudes - parecem ser alocadas na fronteira borrada entre lucidez e loucura, altruísmos e egoísmo, numa tênue separação entre o eu e o outro. E, se esses indivíduos são produzidos pela mesma sociedade que os condena, suas ações têm, também caráter social, pois fora daquele contexto cultural dificilmente conseguiriam reproduzir os mesmo atos.”
Em meio a tantos transtornos que nomeiam a ausência de normalidade, portanto, de bem-estar, é esperado que as pessoas busquem tratamento. Mas qual resultado estamos buscando quando falamos de tratamento? Deixarmos de ser anormais e obter da sociedade o reconhecimento da nossa normalidade?
“Os sistemas de diagnóstico de hoje definem o que é disorder, mas em nenhum momento explicitam qual é a order a restabelecer”, observa Pereira.
Em paralelo a essa situação, diagnosticar o sofrimento e dar a ele um nome de transtorno ou doença é uma maneira de dizer que o paciente “merece tratamento”, afirma à Vice o psicanalista Christian Dunker. Mas esse incentivo ao tratamento não é gratuito, ele critica.
“A indústria do sofrimento é uma poderosa força econômica. Você tem que produzir sofrimento, tem que dizer para as pessoas que aquilo é um problema, tem que produzir uma epidemia de depressão e aí você diz ‘agora eu tenho a cura’.”
Em sua palestra no Café Filosófico, o psiquiatra e psicanalista Pereira afirma que é imprescindível que se escute o paciente e sua história para entender seus sintomas.
“Eu não sou contra indústria farmacêutica ou medicação. Eu sou contra você reduzir esse problema a algo que se trata com um diagnóstico, remédio e readaptação”.
A saúde mental permanece um grande tabu em nossa sociedade. Em onde há tabu, existe a possibilidade de se desinformar, estigmatizar e de lucrar com isso. É, no mínimo, curioso que diariamente sejamos cobrados para nos mostrar normais, saudáveis e funcionais, ao mesmo tempo em que questões bastante particulares de nosso sofrimento ganham rótulos de transtorno e de doença mental.
Se não conseguimos ser felizes em tempo integral é porque necessariamente somos depressivos. Não existe nada entre o 8 ou 80. Apenas saúde ou doença, lúcido ou louco. Essa simplificação é alarmante, porque sabemos o quanto somos diferentes e singulares, e o quanto nossas emoções nos colocam em zonas borradas, que fogem de qualquer explicação racional.
banalização das questões de saúde mental acaba nos prejudicando de maneira generalizada: primeiro porque institui uma cobrança por normalidade que angustia profundamente, transmite a ideia de que tudo pode ser controlado e não dá espaço para nossas contradições e erros. É uma grande exigência para que sejamos super-humanos perfeitos.

Segundo, e de maneira mais grave, porque prejudica as pessoas que realmente precisam de acolhimento e cuidados emergenciais, seja porque não possuem condições emocionais ou financeiras para procurar ajuda, ou porque estão em situação de risco.
Allen Frances destaca que, como seres humanos, temos uma enorme capacidade de confrontar adversidades. Viver uma cultura que recorre aos comprimidos para buscar o bem-estar reduz nossa segurança em nós mesmos e enfraquece nossa capacidade de resolver problemas.


“Se esse comportamento se generalizar, a sociedade inteira se debilitará frente à adversidade. Além disso, quando tratamos um processo banal como se fosse uma enfermidade, diminuímos a dignidade de quem verdadeiramente a sofre.”




FONTE:

http://www.brasilpost.com.br/

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