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sábado, 5 de junho de 2010

MINHA HISTÓRIA RECENTE

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16:33


No dia 28/03/09, um sábado, ia eu para Sampa comemorar o aniversário da minha mãe, que é no dia 30/03/33 (quantos 3, né!)

Por sorte, meu esposo já estava por lá, pois tinha atividades com minha sogra, se ele estivesse comigo, teria morrido.

Tive de sair mais tarde daqui naquele dia, pois o vizinho queria fazer um muro e contratou profissionais para virem cortar as árvores da nossa divisa: fiquei eu por aqui para acompanhar o trabalho deles.

Saí daqui por volta das 13 horas, estrada de terra por 21 km, no meio do caminho, ainda aqui em Jarinu, um ônibus de excursão bateu de frente no meu carro zerinho! (ele não tinha nem 4 meses ainda!)

Tive ambas as pernas quebradas em vários pontos, clavícula quebrada, braço esquerdo quebrado nos dois ossos, cabeça abalroada, sangramento intenso (quando cheguei na UTI não tinha pressão arterial, tiveram que me entubar) e ainda por cima estava "naqueles dias femininos".

Fui transferida primeiro para o Centro Médico daqui de Jarinu, ao olhar meu caso, o médico não teve dúvida: ela vai para o Hospital São Vicente de Paula em Jundiaí, pois o caso é bastante grave.

Enquanto isso, o policial que fez o socorro ligou do meu celular para o primeiro número que estava lá (sem ele saber era o do meu esposo, lógico) e avisou o que tinha ocorrido.
Ele veio com minha sogra e minha mãe de lá de Sampa até Jarinu e Jundiaí.
Ficaram chocados com o meu estado. (Que presente acabei dando pra mamãe, né!)

Meu esposo chorava muito. Ainda mais com as notícias da equipe médica, me dando só 9 horas de vida, imagine como ele ficou.

Ele é o "Zé perguntinha", assim como minha irmã e uma amigona minha de Campinas. Eles não davam sossego para os médicos, querendo saber boas notícias, é claro. Mas eles não podiam dar esperança nenhuma para o meu caso.

Até que um dia ele falou com a médica responsável pelo meu caso na UTI e ela, depois de muito pensar, disse-lhe que, pela gravidade do acidente, 95% das vítimas morrem no local e não conseguem nem chegar até aquela UTI de primeira. (Integrei os 5% que conseguem! Aleluia. Glórias a Deus.)

Embrulharam toda a minha cabeça com uma faixa branca, que devido ao inchaço acentuado com a batida, meu nariz até ficou pequenininho. (rs)

Colocaram aquelas gaiolas metálicas nas minhas pernas, refizeram meu joelho esquerdo, tiveram que fazer uma transfusão sanguínea, pois perdi mais de 50% do sangue, mas o hospital obteve 50 doadores de sangue em meu nome.

Colocaram platina nos ossos inferiores após o cotovelo do meu braço esquerdo.

Enfim, fizeram uma nova Mônica, zero quilômetro (rs).

Aí, após 40 e poucos dias de internação, sendo os primeiros 19 dias na UIT, o Dr. Bandeira, médico líder, me deu alta.
O meu esposo queria me levar para São Paulo, mas o abençoado do médico aconselhou-o a ficarmos na nossa chácara, pois teríamos atendimento integral do Hospital e da equipe de suporte daqui de Jarinu também, além de eu me familiarizar mais rapidamente com as coisas ao meu redor, pois, para a honra e glória de Deus, não me lembro de nada do acidente e nem da primeira fase hospitalar, que, segundo eles, foi pesada prá valer, pois fui refeita.

Mas, segundo os meus observadores, entre familiares e amigos, eu dormia sossegada e ao acordar cantava louvores a Deus, dava gargalhadas mil, falava em línguas estranhas pelo poder do Espírito e falava somente em inglês e espanhol com as enfermeiras (desmemoriada, mas chique, né). (rs)

Na primeira quinzena de Maio/09 voltei para casa.
A primeira coisa que me lembro é de ter olhado para o teto do nosso quarto, pois estava deitada na nossa cama, e dar gargalhada sozinha.
Meu esposo veio de lá da sala perguntando porque eu estava rindo daquele jeito.
Eu respondi: não sei o que me aconteceu (pois levantei o edredom e vi os metais por fora das minhas pernas), mas estou muito feliz de estar num ambiente conhecido.
O que me aconteceu, amor? Aí ele me resumiu o ocorrido em poucas palavras.
O meu primeiro sentimento que brotou do meu ser foi o de gratidão a Deus! (choro agora por lembrar-me do Seu Santo amor e da Sua misericórdia para comigo, pois 95% morrem no local do acidente!).

Os enfermeiros daqui de Jarinu vinham aqui em casa todos os dias me fazer curativos, apesar de o Hospital ter indicado que de dois em dois dias seria suficiente. Fizemos amizade e eles falavam que se todos os pacientes fossem como eu, seria outra coisa ter de ir atendê-los.

Recebi muitas visitas: meu amor juvenil (filho do meu esposo, que, de coração, considero meu também), amigos, parentes, colegas de trabalho, família do meu cabeleireiro, entre outros. Uma coisa eu fiz em todas as visitas com o coração inteiro: falava a cada um deles sobre a Palavra de Deus e glorificava muito o Seu Santo poder!

As pessoas vinham com o pé atrás, pois rádio, jornal e TV locais falaram que eu ia morrer, devido à gravidade do ocorrido. Mas elas saíam daqui dando risada, regozijadas com a minha alegria e rapidez mental para as conversas e pela minha recuperação! Glórias a Deus por isso!

Meu Pastor, Edilson Costa, também ia me visitar no hospital diariamente e não deixou de fazê-lo aqui em casa. Pedi perdão a ele pela minha agressividade no trato, logo após minha conversão, pois não queria "papinho", não. Queria saber as coisas básicas que um recém convertido tem sede de conhecer. Ele foi guiado pelo Pai e me presenteou com a Bíblia, que li avidamente, até obter do Sehor minhas respostas.
E ele não teve dúvida em me perguntar: como estava o meu inglês e o meu espanhol, depois de tanto treinamento? (rs)
Agora vou aos cultos pessoalmente, pois ele manda dois dos obreiros da equipe virem aqui me buscar.

Hoje minha proximidade do Senhor aumentou intensamente.
Sei que com as tragédias muitos acabam se afastando, mas comigo ocorreu o oposto! Temos assinatura da Nossa TV aqui em casa, que é de 36 canais via Satélite, tem 7 canais evangélicos e posso acompanhar os cultos diariamente pela TV, além dos louvores e mensagens da IIGD. Além de ler as Sagradas Escrituras várias vezes ao dia, além das minhas orações ao Senhor, é claro.

Hoje estou inteirinha e melhor a cada dia, este fato inclusive salta aos olhos das pessoas à minha volta. Já ando de carro (no banco do passageiro, é claro.) e recebi da seguradora o valor integral e corrigido do meu carro, que deu perda total. Imagine que para me tirar lá de dentro precisaram serrar o porta malas, pois a frente virou um pastel.

Meu médico, Dr. Sidney, não teve dúvida, apesar de oriental e meio serião e fechado, ao olhar minhas radiografias, veio ao meu lado e disse, todo alegre e dando risada de comemoração: você é minha melhor paciente, é recordista em melhora, pois em seis meses você recuperou toda a sua parte óssea, coisa, que pela minha experiência médica de 30 anos e em pessoas muito mais jovens que você, demoram a chegar no seu patamar de recuperação cerca de 1 ano e meio até 3 anos. Parabéns! Você é minha melhor paciente!

Hoje estou usando o andador para fazer os exercícios, pois estou recuperando os movimentos do meu joelho esquerdo (que teve de ser refeito pelo Dr. Sidney), além da cadeira de rodas para fazer as coisas aqui em casa. (limpeza, comida, bichos, banhos, internet, entre outras.)

Apesar deste contratempo todo, pasme:

- Não chorei nenhuma vez de dor, de tristeza ou de qualquer coisa que não fosse de alegria ao Senhor!

- Me veio pelo Espírito Santo o episódio bíblico da ressurreição de Lázaro e o salmo 30 também, em especial os versículos de 3 a 5. Chorei mais ainda de alegria! (como estou chorando de novo ao contar agora!)

- Fiz muitos amigos novos tanto lá no hospital, como aqui no centro médico de Jarinu, como aqui pela vizinhança, além de vocês, meus amigos da Internet

- Tive relatos de conversões das pessoas próximas também. Aleluia! Glórias a Deus por isso.

Tudo o que passamos aqui, sejam coisas boas ou ruins, é para o nosso bem, para o nosso crescimento. De repente, algum enfermeiro ou pessoa que me conheceu mudou sua maneira de pensar ao ver como eu encaro a vida, eu mesma passei a mudar na minha própria vida.

Às vezes o que parece ruim, vai resultar em algo bom. Além disso Jesus Cristo sofreu mais do que todos nós. Por acaso somos maiores do que Ele??? Certamente que não.

Com certeza teve algum propósito, pois lembre-se: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, Isa. 55:7–9 " .

Em Nome de Jesus.


Mônica Gazzarrini

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